MAL OU BEM, SOBREVIVEMOS A UM AMOR ABORTADO.


Poderia ter sido, mas não foi....

Faltou alguma coisa para ser amor de verdade... que pena, teria sido lindo se ela tivesse se apaixonado. Mas um inexplicável impediu. Onde estava o “porque não”? Ela não sabia dizer. Só sabia que não. Será que esse amor vai ficar no limbo como um fantasma ... poderia ter sido, mas não foi. Amores abortados podem ressuscitar? Talvez. Depois de muitos anos as pessoas retomam antigos relacionamentos, amores abortados ou morridos de morte natural.


Acontece com todos em algum dia na vida ter que abortar uma paixão não correspondida. Maria não quis Joao, rejeitou seus mais puros sentimentos. Ele não entende por que razão. Se pergunta o que ele fez de errado. Mas não houve nada errado, apenas que Maria não escolhe Joao para amar.


Amores abortados vivem no limbo sombrio da alma, naquele lugar: “o que teria sido lindo se tivesse sido possível”. Todos nós temos esse limbo em algum canto escuro da nossa essência. As vezes na escuridão do quinto subsolo da alma. A dor da rejeição é das mais difíceis; a explicação não é encontrada, a raiva e a culpa se misturam com a tristeza, formam uma cápsula que as vezes fica enquistada, doendo indefinidamente.


Conheceram-se. Ele já dizia queria casar desde o terceiro encontro. Ele era tudo de bom e ela dizia para a amiga que poderia passar o resto de sua vida ao lado dele, mas sem nunca vir a amá-lo. Os dias transcorreram mornos. O rapaz quis saber se era mesmo correspondido em sua paixão. A moça foi sincera. Ele impulsivamente se recusou a continuar o relacionamento se ela não sentia o mesmo. Seu orgulho não admitia não ser igualmente correspondido.

Se afastaram por algumas semanas. O moço voltou a procurá-la, agora percebendo que gostaria de estar perto dela, mesmo que o sentimento dela não fosse tão intenso. "Sinto tua falta, sinto muita falta do seu sorriso, da sua presença e dos momentos que passamos juntos".

Mas agora o tempo havia passado e ela, percebendo que jamais poderia amá-lo, resolveu que ele seria apenas uma linda lembrança que ficaria no altar das coisas abençoadas que já haviam acontecido. Foi então que o amor abortado se tornou uma imagem, como uma foto, no cantinho sagrado do coração dela.


E para ele virou aquele tipo de lembrança dolorida que diz: "Se eu não fosse tão afobado, eu poderia estar com ela." Aí ela se tornou uma imagem a ser adorada no altar das lembranças boas. Até que ele achou outra parecida com ela, ou não tao parecida, e iniciou um relacionamento. Era quase ela... mas estava bom o suficiente. E ele nem se deu conta que era feliz.



Gisela Castanho

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