A DOR MASCULINA É SILENCIOSA E INVISÍVEL.
Quem cuida da dor dos homens? Quem olha para o sofrimento masculino por se separar dos filhos pequenos no divórcio? Quem respeita o fardo do homem ter que sustentar a casa, ou a dor de se sentir sem valor se não encontra trabalho?
Me toca muito a opressão feminina e a violência a que as mulheres estão expostas no dia a dia urbano e doméstico. Mas me toca também a dor silenciosa que vivem muitos homens. Dores comuns, que não são compartilhadas nem entre eles. A dor de viver só e ter pouco contato com os filhos, a dor de se colocar sempre em último plano quando é para cuidar da saúde e depois sofrer por um problema crônico. A dor muda de nem se dar conta que sofre.
A dor de não poder falar que sofre. Homens são criados para serem fortes, ou com a premissa que são fortes e por isso, com frequência, crescem negligenciados em suas necessidades de carinho, aconchego e proteção. Muitos meninos crescem com sua sensibilidade sendo vilipendiada pelo pai para não correrem o risco de virem a ser pouco “machos” no futuro. Por isso tantos homens com a capacidade de amar deficiente, pois amar é se entregar e estar vulnerável aos sentimentos; “É querer estar preso por vontade; é servir a quem vence, o vencedor; é ter com quem nos mata lealdade” (Camões). E por mais paradoxal que seja, a sensibilidade é para os fortes!
Precisamos educar os meninos desde muito pequenos a compreenderem seu mundo emocional, desenvolverem a empatia e pedirem ajuda. Somos todos carentes e potentes, somos todos fortes e fracos. Precisamos de relações com solidariedade e compreensão. Sempre.
Se dor é vista como fracasso e vulnerabilidade, e dor é inevitável, as premissas culturais masculinas sobre ser forte entram em choque com os sentimentos e o homem nega sua sensibilidade para não sofrer duplamente: pela dor em si, que fica reprimida e para não ser visto como fraco.
Poucos homes procuram psicoterapia. Numa estatística caseira, eu diria que 1 homem para cada 10 mulheres procuram ajuda para a dor psíquica. No entanto, não temos motivos para pensar que eles sofram menos que elas. São fortes fisicamente, mas não emocionalmente. Quanto menos se conhecem, mais frágeis são porque não sabem lidar com seus pontos fracos. As mulheres têm outras mulheres para compartilhar dores e soluções para os sofrimentos, angústias e dúvidas. As mulheres se procuram, fazem vínculo e têm a força das irmãs de alma para enfrentar a vida. Sabemos que o universo feminino não é um mar de rosas, mas elas se escutam umas às outras; se atendem, se auxiliam. Já os homens se isolam, aguentam firme as pressões e às vezes explodem em doenças, pressão alta, hérnia de disco.
Quem vai cuidar da dor dos homens enquanto eles não pedirem ajuda?
Gisela Castanho
Me toca muito a opressão feminina e a violência a que as mulheres estão expostas no dia a dia urbano e doméstico. Mas me toca também a dor silenciosa que vivem muitos homens. Dores comuns, que não são compartilhadas nem entre eles. A dor de viver só e ter pouco contato com os filhos, a dor de se colocar sempre em último plano quando é para cuidar da saúde e depois sofrer por um problema crônico. A dor muda de nem se dar conta que sofre.
A dor de não poder falar que sofre. Homens são criados para serem fortes, ou com a premissa que são fortes e por isso, com frequência, crescem negligenciados em suas necessidades de carinho, aconchego e proteção. Muitos meninos crescem com sua sensibilidade sendo vilipendiada pelo pai para não correrem o risco de virem a ser pouco “machos” no futuro. Por isso tantos homens com a capacidade de amar deficiente, pois amar é se entregar e estar vulnerável aos sentimentos; “É querer estar preso por vontade; é servir a quem vence, o vencedor; é ter com quem nos mata lealdade” (Camões). E por mais paradoxal que seja, a sensibilidade é para os fortes!
Precisamos educar os meninos desde muito pequenos a compreenderem seu mundo emocional, desenvolverem a empatia e pedirem ajuda. Somos todos carentes e potentes, somos todos fortes e fracos. Precisamos de relações com solidariedade e compreensão. Sempre.
Se dor é vista como fracasso e vulnerabilidade, e dor é inevitável, as premissas culturais masculinas sobre ser forte entram em choque com os sentimentos e o homem nega sua sensibilidade para não sofrer duplamente: pela dor em si, que fica reprimida e para não ser visto como fraco.
Poucos homes procuram psicoterapia. Numa estatística caseira, eu diria que 1 homem para cada 10 mulheres procuram ajuda para a dor psíquica. No entanto, não temos motivos para pensar que eles sofram menos que elas. São fortes fisicamente, mas não emocionalmente. Quanto menos se conhecem, mais frágeis são porque não sabem lidar com seus pontos fracos. As mulheres têm outras mulheres para compartilhar dores e soluções para os sofrimentos, angústias e dúvidas. As mulheres se procuram, fazem vínculo e têm a força das irmãs de alma para enfrentar a vida. Sabemos que o universo feminino não é um mar de rosas, mas elas se escutam umas às outras; se atendem, se auxiliam. Já os homens se isolam, aguentam firme as pressões e às vezes explodem em doenças, pressão alta, hérnia de disco.
Quem vai cuidar da dor dos homens enquanto eles não pedirem ajuda?
Gisela Castanho
🥲Subscrevo. 👏👏👏
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